Veleiro Barba Negra #99 - Corona, quarentena e Caribe em USVI

O mundo parou por conta do corona vírus. Ilhas fechando suas fronteiras, pessoas sendo proibidas de viajar e nós no meio do caminho para atravessar o Atlântico. No começo a gente até chegou a fazer piadas de como estávamos bem na quarentena (fazendo happy hours, almoços e passeando pela cidade). Mas a verdade é que demorou, mas o corona vírus chegou por aqui também. Claro que nós já estávamos acompanhando tudo (até porque aqui, diferente de outras ilhas do Caribe, temos internet ilimitada - obrigada AT&T!) pela TV. Vimos a epidemia virando pandemia e os casos se espalhando cada vez mais pelo planeta. Quando estávamos em St. Marteen (no meio da Heineken Regatta que recebia vários europeus) eu disse pro Sergio: "isso aqui vai dar caca!". Dito e feito! St. Marteen foi uma das primeiras ilhas a registrar casos de corona. Depois disso a contagem se espalhou por todas as ilhas até elas começarem a fechar suas fronteiras e lockdown - ninguém podia entrar ou sair, o sistema de imigração estava suspenso - e sem a saída de uma ilha você não entra em outra! Era o caos. Decidimos apressar o passo para ficar em uma ilha que nos proporcionasse estrutura de abastecimento de diesel, mercado, remédios e (caso precisássemos) hospitais. Diferente do que nós brasileiros estamos acostumados - e isso não é uma declaração política - a comunicação por aqui é clara e objetiva. Acompanhando as noticias ouvimos o governador dizer: "temos 256 leitos, se todos saírem de casa e pegarem a doença em 3 semanas as pessoas vão morrer. Achatem a curva: fiquem em casa". A ordem de ficar em casa foi decretada depois de 3 dias em que ela foi determinada, fomos ao mercado, nos abastecemos e ficamos trancafiados em casa. Mas para nossa sorte, a nossa casa anda! Ainda pudemos mudar de ancoragem, aproveitar um pouco desse lugar lindo (por baixo d'água) e mal sentimos falta de turistar. Mas se por esse lado estávamos muito bem, obrigada, pelo outro havia muita frustração. Nossos planos de atravessar o Atlântico não tinham mais como continuar. Nossos planos de visitar a família em abril ou junho estavam cada vez mais distantes. E a quarentena só estava começando...